" O Rei está de Volta"
No dia 3 de abril, escrevi um post sobre a campanha "O Rei está de Volta" que tinha como objetivo divulgar o show do Alexandre Pires em Petrópolis. Volto a falar sobre o assunto, em razão do planejamento de comunicação, que conseguiu frustrar o público duas vezes em um único evento. Além da estratégia não ter sido traçada corretamente, cerca de 10 mil pessoas foram lesadas e até hoje, 15 dias após o show, aguardam o ressarcimento do valor do ingresso, sem ter nenhuma resposta da empresa organizadora (Duetto Entretenimento e Produções Ltda- Duetto 2).
Apesar de elaborar um teaser brilhante, a empresa pecou em não conseguir articular as diferentes etapas de um planejamento de comunicação. A começar pela resposta da campanha, que deixou muitos petropolitanos frustrados ao saber do que realmente se tratava. Algo que contribuiu para que o evento não alcançasse o resultado desejado. Além disso, a falta de organização e comunicação com o público-alvo foram fatores determinantes para alavancar uma série de reclamações e conflitos entre as diferentes partes envolvidas.
Como comentado anteriormente, para divulgar a campanha, a empresa elaborou um teaser criativo. Ao colocar alguns rapazes vestidos com roupas típicas do império, passeando em uma vitória (charrete) pelas ruas do centro histórico para realizar o pronunciamento de que o rei estava voltando no dia 14 de abril. A cada parada, realizada em um ponto estratégico da cidade, os rapazes abriam o pergaminho e contavam a novidade. Fato que despertou a curiosidade de muitos petropolitanos, por pelo menos 15 dias. Com toda a expectativa, a população chegou a imaginar que se tratava de algum novo empreendimento, estabelecimento comercial ou até mesmo descendente do império.
O case foi muito comentado por jornalistas, publicitários e a população em geral, que estava ansiosa para saber que rei, realmente,estava voltando. O que muitos não esperavam era a resposta de que o rei era o cantor Alexandre Pires. Quando o mistério foi revelado, a campanha alegou que o cantor foi considerado rei por ter atraído em 1998, um recorde de público em Petrópolis, cerca de 125 mil pessoas, quando ainda era vocalista do grupo "Só Para Contrariar".
No dia do show, o público teve mais uma surpresa desagradável, vários burburinhos de que o evento não aconteceria por pendências na justiça. Algo que se perpetuou durante o dia inteiro, sem ao menos a empresa orgnizadora publicar uma nota no site oficial ou nas mídias sociais para esclarecer a informação. Após as pessoas deduzirem que o evento aconteceria, mais uma novidade, o show seria gratuito, já que a empresa não providenciou tapumes e cercas para garantir a exclusividade dos pagantes, uma vez que o evento "Petrópolis Rural", aberto ao público, acontecia no mesmo espaço, no Parque Municipal de Petrópolis, em Itaipava.
O show acabou sendo gratuito, já que a organização não conseguiu controlar a multidão, que invadiu o espaço. Cerca de 10 mil pessoas, que compraram o ingresso antecipado, foram lesadas. Revoltados com a situação, os espectadores exigiram o ressarcimento do dinheiro, algo que foi prometido no primeiro dia útil após a atração, ou seja, na segunda-feira (16/04),o qu não aconteceu até hoje (30/04).
Apesar de tudo, a sorte dos espectadores foi contar com uma apresentação brilhante do cantor, que mesmo sem ter as despesas do dia pagas pela organização do evento, realizou um grande show, com três horas de duração.
Ao visitar o perfil da atração no Facebook (https://www.facebook.com/#!/OReiEstaDeVolta) é possível visualizar dezenas de reclamações e ainda uma declaração da prestadora de serviço, que diz ser responsável apenas pela manutenção do canal, disponibilizando apenas uma matéria publicada pelo jornal Tribuna de Petrópolis, como única e última informação prestada aos internautas.
Isso mostra que ao elaborar uma campanha é preciso pensar em todas as etapas, desde da divulgação até a finalização, o que inclui, teaser, resposta adequada, organização, comunicação com os diferentes públicos e especialmente, com o público-alvo, que determinará o sucesso ou o fracasso da ação.